quarta-feira, 4 de maio de 2011

Leitura do dia



II SEMANA DA PÁSCOA

(Branco – Ofício do dia)



Antífona da entrada: Senhor, eu vos louvarei entre os povos, anunciarei vosso nome aos meus irmãos, aleluia! (Sl 17,50;21,23)



Oração do dia

Imploramos, ó Deus, a vossa clemência, ao recordar cada ano o mistério pascal que renova a dignidade humana e nos traz a esperança da ressurreição: concedei-nos acolher sempre com amor o que celebramos com fé. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.


Primeira Leitura (Atos 5,17-26)

Leitura dos Atos dos Apóstolos.


5 17 Levantaram-se então os sumos sacerdotes e seus partidários (isto é, a seita dos saduceus) cheios de inveja,

18 e deitaram as mãos nos apóstolos e meteram-nos na cadeia pública.

19 Mas um anjo do Senhor abriu de noite as portas do cárcere e, conduzindo-os para fora, disse-lhes:

20 "Ide e apresentai-vos no templo e pregai ao povo as palavras desta vida".

21 Obedecendo a essa ordem, eles entraram ao amanhecer, no templo, e puseram-se a ensinar. Enquanto isso, o sumo sacerdote e os seus partidários reuniram-se e convocaram o Grande Conselho e todos os anciãos de Israel, e mandaram trazer os apóstolos do cárcere.

22 Dirigiram-se para lá os guardas, mas ao abrirem o cárcere, não os encontraram, e voltaram a informar:

23 "Achamos o cárcere fechado com toda segurança e os guardas de pé diante das portas, e, no entanto, abrindo-as, não achamos ninguém lá dentro".

24 A essa notícia, os sumos sacerdotes e o chefe do templo ficaram perplexos e indagaram entre si sobre o que significava isso.

25 Mas, nesse momento, alguém transmitiu-lhes esta notícia: "Aqueles homens que metestes no cárcere estão no templo ensinando o povo!"

26 Foi então o comandante do templo com seus guardas e trouxe-os sem violência, porque temiam ser apedrejados pelo povo.

— Palavra do Senhor.

— Graças a Deus.



Salmo responsorial 33/34


Este infeliz gritou a Deus e foi ouvido.


Bendirei o Senhor Deus em todo o tempo,

seu louvor estará sempre em minha boca.

Minha alma se gloria no Senhor;

que ouçam os humildes e se alegrem!


Comigo engrandecei ao Senhor Deus,

exaltemos todos juntos o seu nome!

Todas as vezes que o busquei, ele me ouviu

e de todos os temores me livrou.


Contemplai a sua face e alegrai-vos,

e vosso rosto não se cubra de vergonha!

Este infeliz gritou a Deus e foi ouvido,

e o Senhor o libertou de toda angústia.


O anjo do Senhor vem acampar

ao redor dos que o temem e os salva.

Provai e vede quão suave é o Senhor!

Feliz o homem que tem nele o seu refúgio!


Aclamação do Evangelho


Aleluia, aleluia, aleluia.

Deus o mundo tanto amou, que lhe deu seu próprio Filho, para que todo o que nele crer encontre vida eterna (Jo 3,16).




Evangelho (João 3,16-21)


— O Senhor esteja convosco.

— Ele está no meio de nós.

— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.

— Glória a vós, Senhor!


3 16 Com efeito, de tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna.

17 Pois Deus não enviou o Filho ao mundo para condená-lo, mas para que o mundo seja salvo por ele.

18 Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado; por que não crê no nome do Filho único de Deus.

19 Ora, este é o julgamento: a luz veio ao mundo, mas os homens amaram mais as trevas do que a luz, pois as suas obras eram más.

20 Porquanto todo aquele que faz o mal odeia a luz e não vem para a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas.

21 Mas aquele que pratica a verdade, vem para a luz. Torna-se assim claro que as suas obras são feitas em Deus.

— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor!


Comentário ao Evangelho


O FILHO SALVADOR


Jesus Cristo veio ao mundo para trazer salvação à humanidade mergulhada no pecado, e incapaz de ver-se livre desta trágica situação. De nada adiantaria submetê-la ao julgamento e à condenação. Já a persistência no pecado não dava margens para dúvidas: o relacionamento com Deus estava rompido. Era necessário alguém para ajudá-la a por fim a esta inimizade antiga com o Criador. E nisto consistiu a missão de Jesus!

O caminho da salvação passa pela fé no Salvador. Crer, neste caso, não se limita a confessar, com os lábios, que Jesus salva, mas requer, também, que assimilemos o seu modo de ser. Ou seja, a total submissão à vontade de Deus, expressa na vivência no amor entranhado ao próximo, sem jamais deixar-se levar pelo egoísmo. Como na vida de Jesus o Reino de Deus foi o objetivo absoluto, o mesmo deve ser para todos os cristãos. O Reino deverá pautar todas as suas ações.

A salvação de Jesus apresenta-se como uma proposta, a qual pode ser acolhida ou recusada. Jesus mesmo experimentou a rejeição sistemática por parte dos seus contemporâneos, embora muitos se tornassem discípulos dele, e acolhessem com fé suas palavras. A atitude hostil de muitos não intimidou o Mestre. Ele continuou a ser a luz, apontando, para toda a humanidade, o caminho da salvação.


Oração

Espírito de Deus, conduze-me a uma fé sempre mais entranhada a Jesus, que veio para nos trazer luz e salvação.


(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).


Sobre as oferendas

Ó Deus, que, pelo sublime diálogo deste sacrifício, nos fazeis participar de vossa única e suprema divindade, concedei que, conhecendo vossa verdade, lhe sejamos fiéis por toda a vida. Por Cristo, nosso Senhor.


Antífona da comunhão: Diz o Senhor: Fui eu que vos escolhi do mundo e enviei para produzirdes fruto, e o vosso fruto permaneça, aleluia! (Jo 15,16.19)


Depois da comunhão

Ó Deus de bondade, permanecei junto ao vosso povo e fazei passar da antiga à nova vida aqueles a quem concedestes a comunhão nos vossos mistérios. Por Cristo, nosso Senhor.



COMENTÁRIOS DO EVANGELHO


Comentário do Evangelho (Paulinas)

— Quem crê em Jesus se aproxima da luz


No evangelho de hoje temos a conclusão do diálogo estendido de Jesus com Nicodemos. Neste diálogo, o evangelista João retoma e aprofunda os temas principais que ele apresentou no prólogo do seu evangelho. Deus enviou seu Filho único, Jesus, ao mundo por amor e não para condená-lo. Quem crê em Jesus se aproxima da luz, pratica a verdade, e tem a vida eterna. Não é pela observância da Lei, segundo o entendimento de Nicodemos, que se chega a plenitude da vida, mas pela acolhida da luz da Verdade e do Amor, comunicadas pelo Espírito. São os homens e mulheres que com suas ações manifestas se comprometem com o Reino dos Céus que se concretiza aqui na terra, libertados das estruturas opressoras criadas pelo sistema de poder deste mundo. Todos são convidados a consagrarem suas vidas à prática do amor, sem discriminações e em uma dimensão universal, no seguimento de Jesus, em comunhão com o amor divino e eterno.

José Raimundo Oliva


Oração

Pai, instrui-me, por teu Espírito, a respeito da pessoa e da missão de Jesus, e leva-me a aderir ao teu Filho, sempre com maior radicalidade.

Recomendamos visitar diariamente o site da PAULINAS no seguinte enedereço - http://www.paulinas.org.br/diafeliz/evangelho.aspx - para completar o estudo da Palavra de Deus que compõe a Liturgia deste dia. Veja logo abaixo do texto do Evangelho as orientações de como fazer a LEITURA ORANTE, com excelentes reflexões sobre o Evangelho do Dia e como aplicar os ensinamentos de hoje em sua vida. Ideal para Estudos Bíblicos diários.

Ssanto do dis - 4 de Maio 2011


— São Floriano


Pertenceu a um grupo de militares que serviam ao império romano. O imperador era Diocleciano que, influenciado por um genro, passou a ter um grande preconceito e ódio ao Cristianismo, a ponto de estabelecer um edito onde dizia que a Palavra de Deus escrita devia ser queimada e os cristãos, quando identificados, precisavam oferecer sacrifícios aos 'deuses' em sinal de adoração. Muitos optavam por testemunhar Jesus até o último instante a renunciar sua fé no Cristo. Outros para salvar a própria pele, abandonavam a Igreja, Jesus e a comunidade.

A opção de Floriano foi pelo amor a Cristo. A ordem do Imperador chegou até ele e em nome de 40 soldados cristãos, ele manifestou-se, denunciando toda aquela ignorância e injustiça. Aquilino, que devia defendê-los pois comandava o pelotão, ao contrário, entregou todos aqueles militares. E aqueles soldados tiveram que optar pelo imperador ou por Cristo. Para servir a Cristo, é preciso testemunhá-lo. E a perseguição não demora a vir.

Floriano teve uma corda amarrada ao seu pescoço e foi lançado ao rio e morreu afogado. E todos os outros soldados também foram martirizados.



São Floriano, rogai por nós!

O PAPEL DO PT DO ICÓ - 15 de abril de 2011

Postado por Fabrício Moreira da Costa às 07:34


O partido dos trabalhadores do Icó, PT, é o único no município que realmente funciona como agremiação, já que se reúne, discute ideias, seleciona com responsabilidade os seus membros.
Participa ativamente de todas as eleições, de nossa história, e é formado por mulheres e homens de bem da terrinha.
Teve muito destaque no passado, quando designou o jornalista e advogado, Júnior Abreu, mesmo numa eleição desigual, como candidato a prefeito do Icó. Mais adiante, Júnior Abreu se elegeu vereador e se destacou por sua própria competência.
O então presidente do PT, Erivan Anastácio, também foi vereador do município, com muita participação defesa dos agricultores e do perímetro irrigado Icó Lima-Campos, e dos servidores públicos como um todo.
O problema, é que mesmo sendo um partido de ideologia firme, na sequencia das eleições, acabou sendo um parceiro do PSDB local, exaurindo-se a sua densidade eleitoral, por ser uma grande contradição.
Nunca mais elegeu ninguém e continua sem querer eleger, pois, fecha-se em copas, reúne-se em demasia, e não conclui um raciocínio dos tempos atuais: “TEORIA SEM PRÁTICA NÃO FUNCIONA”.
O advogado Kerginaldo Cândido, tem uma missão importante no partido, para sua metamorfose. É aberto ao diálogo, tem coragem, interage com a comunidade, é filho de família numerosa e respeitada da cidade, além de fugir da “burocracia” que impede o partido de crescer, eleitoralmente falando, em Icó.
Os meninos do PT do Icó são bons. Mas falta abrir-se para novos valores, diminuir as reuniões, e percorrer os caminhos da sede urbana e rural.
Sem sentir o cheiro do povo, sem beijar suas mãos, apenas conhecendo sua origem pelos livros, em teses ideólogas que não preenche a realidade, não haverá resultado nas urnas.

Lula, nosso eterno presidente, entendeu isso. Mudou, venceu as eleições e, repita-se, MUDOU O BRASIL.


Fica o registro, sem querer ser intrometido, porém, já sendo.


Fabrício Moreira da Costa.


Comentários:

Maria Bezerra em 15/04/2011
Sobre a nota do PT concordo toalmente.
Adoro dr. Kerginaldo.



Governo reduz contribuição dos empreendedores individuais ao INSS

Entrou em vigor neste domingo (1º), Dia do Trabalhador, a medida provisória (MP 529/11) editada pelo governo e que reduz de R$ 59,95 para R$ 27,25 o valor a ser pago mensalmente pelos trabalhadores inscritos como empreendedor individual. Pela nova alíquota, que diminui de 11% para 5% a contribuição, os trabalhadores individuais deverão pagar no máximo R$ 33,25 para ter acesso aos benefícios previdenciários previstos na modalidade.

A medida, na avaliação do deputado Vicentinho (PT-SP), da Comissão de Trabalho da Câmara, é oportuna, já que o governo espera formalizar mais um milhão de trabalhadores no programa este ano. “É uma medida extraordinária para o trabalhador. Temos que acabar com a economia informal no Brasil. É melhor que os trabalhadores paguem menos impostos do que não paguem nada. A formalização é boa, tanto para país, quanto para os trabalhadores que terão acesso a todos os benefícios previdenciários, além do acesso ao crédito”, afirmou Vicentinho.

De acordo com a Receita Federal do Brasil, até a última quarta-feira (27), 1.096.945 empresários individuais haviam se cadastrado no programa. Para se cadastrar como empreendedor individual, o cidadão que trabalha por conta própria no comércio, na indústria e na prestação de serviços deve ter rendimento bruto anual de até R$ 36 mil, não ter sócio ou ser dono de qualquer outra empresa. Pode ter um empregado contratado que receba o salário mínimo ou o piso da categoria.

Atualmente há uma lista de 467 ocupações que se enquadram no perfil de empreendedor individual. Entre elas, doceira, pipoqueiro, borracheiro, barbeiro, artesão, carpinteiro, encanador, engraxate, jardineiro, jornaleiro, manicure, maquiadora e quitandeira.

Agenda - Por iniciativa do deputado Vicentinho, a Câmara realiza hoje, às 10h, sessão solene em homenagem ao Dia do Trabalhador.



To:

Date: Tue, 3 May 2011 15:22:03 +0000

Subject: Contribuição INSS

From: rluque@terra.com.br

terça-feira, 3 de maio de 2011

Inimigos da água doce


A água doce é um bem essencial à vida humana e de diversos ecossistemas terrestres. A água é responsável pelas nossas necessidades mais básicas e necessárias à nossa existência, como, por exemplo, o ato simples de beber. Porém esse bem essencial corre risco de tornar-se escasso por conta da poluição, do desperdício e todos os danos causados contra suas fontes naturais. Entidades no mundo todo alertam: se medidas não forem tomadas, a humanidade corre um sério risco de sofrer uma guerra por água.

De toda água presente no Planeta Terra, 97% é salgada e somente 3% é de água doce, sendo que apenas 0,08% estão em regiões acessíveis ao homem. Segundo dados da ONU, em 2023 cerca de 23 países sofrerão com a escassez da água. Atualmente, 3 bilhões de pessoas no mundo inteiro vivem sem as condições sanitárias mínimas e padecem com doenças causadas pela falta de tratamento de água como: o cólera, hepatite, febre tifóide, diarréia ...

Os principais agressores às fontes de água doce no mundo são visivelmente os esgotos. Neles são despejados todo tipo de substâncias nocivas aos ecossistemas aquáticos e a todos os que deles usufruem. Além da poluição ainda existem vários vilões dos rios e fontes límpidas de água: desmatamentos das margens dos rios, destruição das nascentes, retirada de areia, desperdício de água...

Apesar de todos esses dados alarmantes, muitos Estados e Governos ainda tratam a preservação da natureza e das fontes de água doce como problemas sem urgência, talvez pela própria natureza não poder verbalizar todas as agressões contra ela causadas. Mas quando a Natureza nos cobrar, pode ser bem tarde para o homem.

A solução começa inicialmente com a atuação de cada indivíduo como ser ativo e participativo nessa preservação. Cada um deve estar atento à medidas que apesar de serem individuais, têm proporções enormes para com o destino do Planeta.
Cada um pode economizar de forma consciente a água utilizada no seu dia à dia e também pode e deve atuar cobrando a preservação da natureza e das fontes de água. Ser consciente é ser ecocidadão. Faça a sua parte.

O QUE É CIDADANIA

Resumo




A história da cidadania confunde-se em muito com a história das lutas pelos direitos humanos. A cidadania esteve e está em permanente construção; é um referencial de conquista da humanidade, através daqueles que sempre lutam por mais direitos, maior liberdade, melhores garantias individuais e coletivas, e não se conformam frente às dominações arrogantes, seja do próprio Estado ou de outras instituições ou pessoas que não desistem de privilégios, de opressão e de injustiças contra uma maioria desassistida e que não se consegue fazer ouvir, exatamente por que se lhe nega a cidadania plena cuja conquista, ainda que tardia, não será obstada. Ser cidadão é ter consciência de que é sujeito de direitos. Direitos à vida, à liberdade, à propriedade, à igualdade, enfim, direitos civis, políticos e sociais. Mas este é um dos lados da moeda. Cidadania pressupõe também deveres. O cidadão tem de ser cônscio das suas responsabilidades enquanto parte integrante de um grande e complexo organismo que é a coletividade, a nação, o Estado, para cujo bom funcionamento todos têm de dar sua parcela de contribuição. Somente assim se chega ao objetivo final, coletivo: a justiça em seu sentido mais amplo, ou seja, o bem comum.



Sumário:


Introdução – 1; A Cidadania na Antigüidade – 2; A Cidadania na Grécia Antiga – 3;


A Cidadania Romana – 4; Cidadania na Idade Média – 5; Cidadania na Idade Moderna – 6; Outras Considerações – 7; A Cidadania no Brasil – 7; Conclusão – 9; Referências Bibliográficas – 10.



INTRODUÇÃO

No discurso corrente de políticos, comunicadores, dirigentes, educadores, sociólogos e uma série de outros agentes que, de alguma maneira, se mostram preocupados com os rumos da sociedade, está presente a palavra cidadania. Como é comum nos casos em que há a superexploração de um vocábulo, este acaba ganhando denotações desviadas do seu estrito sentido. Hoje, tornou-se costume o emprego da palavra cidadania para referir-se a direitos humanos, ou direitos do consumidor e usa-se o termo cidadão para dirigir-se a um indivíduo qualquer, desconhecido.

De certa forma, faz sentido a mistura de significados, já que a história da cidadania confunde-se com a história dos direitos humanos, a história das lutas das gentes para a afirmação de valores éticos, como a liberdade, a dignidade e a igualdade de todos os humanos indistintamente; existe um relacionamento estreito entre cidadania e luta por justiça, por democracia e outros direitos fundamentais asseguradores de condições dignas de sobrevivência.

Expressão originária do latim, que tratava o indivíduo habitante da cidade (civitas), na Roma antiga indicava a situação política de uma pessoa (exceto mulheres, escravos, crianças e outros) e seus direitos em relação ao Estado Romano. No dizer de Dalmo Dallari:

“A cidadania expressa um conjunto de direitos que dá à pessoa a possibilidade de participar ativamente da vida e do governo de seu povo. Quem não tem cidadania está marginalizado ou excluído da vida social e da tomada de decisões, ficando numa posição de inferioridade dentro do grupo social”[1].

No Brasil, os primeiros esforços para a conquista e estabelecimento dos direitos humanos e da cidadania confundem-se com os movimentos patrióticos reivindicativos de liberdade para o País, a exemplo da inconfidência mineira, canudos e outros. Em seguida, as lutas pela independência, abolição e, já na república, as alternâncias democráticas, verdadeiros dilemas históricos que custaram lutas, sacrifícios, vidas humanas.

E hoje, a quantas anda a nossa cidadania? A partir da Constituição de 1988, novos instrumentos foram colocados à disposição daqueles que lutam por um País cidadão. Enquanto consumidor, o brasileiro ganhou uma lei em sua defesa – o CDC; temos um novo Código de Trânsito; um novo Código Civil. Novas ONGs que desenvolvem funções importantíssimas, como defesa do meio ambiente. A mídia, apesar dos seus tropeços, tem tido um papel relevante em favor da cidadania. E muitas outras conquistas a partir da Nova Carta.

Como o exemplo da Ação Cidadania Contra a Miséria e pela Vida, Movimento pela Ética na Política. Memorável a ação dos “caras-pintadas”, movimento espontâneo de jovens que contribuiu para o impeachment do presidente Collor. A Ação Popular, Ação Civil Pública, Mandado de Injunção, Mandado de Segurança entre outros, além da instituição do Ministério Público, importante instrumento na defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.

Há um longo caminha a percorrer. É só ativar um pouco a nossa acuidade natural e veremos que estamos cercados de um sem número de mazelas que insistem em infestar a nossa sociedade. Os representantes que, mal acabam de se eleger, dão as costas para o eleitor e este não lhe nega a recíproca, deixando aqueles ainda mais à vontade para as suas rapinagens.

Uma pesquisa divulgada pelo Ibope[2] em 25.11.03 traz dados preocupantes sobre as nossas relações de cidadania. Indica que 56% dos brasileiros não têm vontade de participar das práticas capazes de influenciar nas políticas públicas. 35% nem tem conhecimento do sejam essas práticas e 26% acham esse assunto “chato demais” para se envolver com ele. Nem tudo está perdido: 44% dos entrevistados manifestaram algum interesse em participar para a melhoria das atividades estatais, e entendem que o poder emana do povo como está previsto na Constituição. A pesquisa anima, de forma até surpreendente, quando mostra que 54% dos jovens (entre 16 e 24 anos), têm interesse pela coisa pública. Interesse que cai progressivamente à medida que a idade aumenta. A pesquisa ajuda a desmontar a idéia que se tem de que o jovem é apático ou indiferente às coisas do seu país.



1. A CIDADANIA NA ANTIGÜIDADE


Em tempos recuados da História encontram-se sinais de lutas sociais que lembram bem a busca por cidadania. Bem tratado por Jaime Pinsky, apud Emiliano José[3], por volta do século VIII a.c. os Profetas Isaías e Amós pregavam em favor do povo e contra os opressores:

“cessai de fazer o mal, aprendei a fazer o bem. Respeitai o direito, protegei o oprimido. Fazei justiça ao órfão, defendei a viúva”.

“Portanto, já que explorais o pobre e lhe exigis tributo de trigo, edificareis casas de pedra, porém não habitareis nelas, plantareis as mais excelentes vinhas, porém não bebereis do seu vinho. Porque eu conheço as vossas inúmeras transgressões e os vossos grandes pecados: atacais o justo, aceitais subornos e rejeitais os pobres à sua porta”.



1.1 A CIDADANIA NA GRÉCIA ANTIGA

Na Grécia de Platão e Aristóteles, eram considerados cidadãos todos aqueles que estivessem em condições de opinar sobre os rumos da sociedade. Entre tais condições, estava a de que fosse um homem totalmente livre, isto é, não tivesse a necessidade de trabalhar para sobreviver, uma vez que o envolvimento nos negócios públicos exigia dedicação integral. Portanto, era pequeno o número de cidadãos, que excluíam além dos homens ocupados (comerciantes, artesãos), as mulheres, os escravos e os estrangeiros. Praticamente apenas os proprietários de terras eram livres para ter o direito de decidir sobre o governo. A cidadania grega era compreendida apenas por direitos políticos, identificados com a participação nas decisões sobre a coletividade.

Citando Sabine, Quintão Soares[4] explica que, em consonância com a assertiva de que cidadania é um mecanismo de representação política que permite relacionamento pessoal entre governantes e governados e que esse paradigma assenta-se na instituições greco-romanas e sua complexa transição para a Idade Média, demonstra que os modernos conceitos de ideais políticos, como os de justiça, liberdade, governo constitucional e respeito às leis, surgiram de conceitos de pensadores helênicos sobre as instituições da Cidade-Estado.

Na Grécia antiga, toda a sociedade da civilização apresentava a dicotomia cidadão e não-cidadão. Lage de Resende e Morais, apud Wilba L. M. Bernardes[5], ensina que:

“A cidadania era para os gregos um bem inestimável. Para eles a plena realização do homem se fazia na sua participação integral na vida social e política da Cidade-Estado”. “...só possuía significação se todos os cidadãos participassem integralmente da vida política e social e isso só era possível em comunidades pequenas”.

Wilba L. M. Bernardes[6] refere-se a outros autores para esclarecer que no início da evolução ateniense só uma classe de cidadãos exercia a plenitude da cidadania (existia uma divisão censitária da sociedade); somente a partir das reformas de Clístenes (509 a.c.), essa cidadania foi estendida a todo cidadão ateniense, que poderia inclusive exercer qualquer cargo de governo. Também é a partir de Clístenes, segundo ensina Fustel de Coulanges, que a antiga aristocracia ateniense sofreu o seu mais duro golpe: Clístenes confirmou as reformas políticas de Sólon, introduziu também reformas na velha organização religiosa da sociedade ateniense: “A partir deste momento, não houve mais castas religiosas, nem privilégios de nascimento na religião ou na política”.

Celso Lafer, apud Mário Quintão[7], entende que a igualdade resulta da organização humana, que é o meio de igualizar as diferenças por intermédio das instituições. É o caso da polis, que tornava os homens iguais através da lei. Perder o acesso à esfera pública equivalia a privar-se da igualdade. O indivíduo, destituído da cidadania e submetido à esfera privada, não usufruía os direitos, que só podiam existir em função da pluralidade dos homens. A esfera privada, vinculada às atividades de sobrevivência do indivíduo, era o espaço de sujeição no qual a mulher, o escravo e os filhos, destituídos de direitos, estavam sob o domínio despótico do chefe de família e a proteção das divindades domésticas.

Lembra Wilba Bernardes que o Estado à época de Roma e Grécia, se é que podem assim ser chamados, não tinha a feição que hoje lhe é conferida; era mais um prolongamento da família, pois esta era a base da sociedade. E sendo assim, o indivíduo encontrava-se completamente absorvido pelo Estado ou pela Cidade-Estado. Aos cidadãos atenienses eram reservados os direitos políticos. Os cidadãos formavam o corpo político da cidade, daí a faculdade de tomarem parte das Assembléias, exercerem a magistratura e proporcionarem a justiça.



1.2 A CIDADANIA ROMANA


Em Roma, também se encontra, patente, a idéia de cidadania como capacidade para exercer direitos políticos e civis e a distinção entre os que possuíam essa qualidade e os que não a possuíam. A cidadania romana era atribuída somente aos homens livres, mas nem todos os homens livres eram considerados cidadãos. Segundo Wilba Bernardes, em Roma existiam três classes sociais: os patrícios (descendentes dos fundadores), os plebeus (descendentes dos estrangeiros) e os escravos (prisioneiros de guerra e os que não saldavam suas dívidas). Existiam também os clientes, que eram, segundo informam Pedro e Cáceres[8], homens livres, dependentes de um aristocrata romano que lhes fornecia terra para cultivar em troca de uma taxa e de trabalho.

Em princípio, a diferença entre patrícios e plebeus é que estes, apesar de homens livres, não eram considerados cidadãos, privilégio dos patrícios, que gozavam de todos os direitos políticos, civis e religiosos[9]. Isso deu motivo a várias lutas internas, entre patrícios e plebeus. Após a reforma do Rei Sérvio Túlio, os plebeus tiveram acesso ao serviço militar e lhes foram assegurados alguns direitos políticos. Só a partir de 450 a.C., com a elaboração da famosa Lei das Doze Tábuas, foi assegurada aos plebeus uma maior participação política, o que se deveu em muito à expansão militar romana. O Direito Romano regulava as diferenças entre cidadãos e não-cidadãos. O direito civil (ius civile) regulamentava a vida do cidadão, e o direito estrangeiro (ius gentium) era aplicado a todos os habitantes do império que não eram considerados cidadãos.



Ensina Alves, no dizer de Wilba Bernardes, que:

“Desde os fins da República, a tendência de Roma é no sentido de estender, paulatinamente, a cidadania a todos os súditos do Império. Assim, em 90 a.c., a lex Iulia a concedeu aos habitantes do Latium; um ano depois, a lex Plautia Papiria a atribuiu aos aliados de Roma; e, em 49 a.c., a lex Roscia fez o mesmo com relação aos habitantes da Gália Transpadana”[10].

Em 212 d.C., Caracalla, na célebre Constitutio Antoniniana, concedeu a cidadania a quase todos os habitantes do Império. As exceções que subsistiram desapareceram com Justiniano.

Na lição de Mário Quintão[11], vê-se que o Direito Romano, apesar de proteger as liberdades individuais e reconhecer a autonomia da família com o pátrio poder, não assegurava a perfeita igualdade entre os homens, admitindo a escravidão e discriminando os despossuídos. Ao lado da desigualdade extrema entre homens livres e escravos, o Direito Romano admitia a desigualdade entre os próprios indivíduos livres, institucionalizando a exclusão social.



1.3 A CIDADANIA NA IDADE MÉDIA

Com a decadência do Império Romano, e adentrando a Idade Média, ocorrem profundas alterações nas estruturas sociais. O período medieval é marcado pela sociedade caracteristicamente estamental, com rígida hierarquia de classes sociais: clero, nobreza e servos (também os vilões e os homens livres).

A Igreja cristã passou a constituir-se na instituição básica do processo de transição para o tempo medieval. As relações cidadão-Estado, antes reguladas pelo Império, passam a controlar-se pelos ditames da Igreja cristã. A doutrina cristã, ao alegar a liberdade e igualdade de todos os homens e a unidade familiar, provocou transformações radicais nas concepções de direito e de estado.

Para Mário Quintão, o desmoronamento das instituições políticas romanas e o fortalecimento do cristianismo ensejaram uma reestruturação social que foi dar-se no feudalismo, cujas peculiaridades diferiam consoante seus aspectos regionais. O feudalismo, considerado “idade das trevas”, configura-se pela forma piramidal caracterizada por específicas relações de dependência pessoal (vassalagem), abrangendo em sua cúpula rei e suserano e, em sua base, essencialmente, o campesinato.

Essa relação de dependência pessoal de obrigações mútuas originava-se de ato sacramental e solene e que apresentava duas vertentes: o vassalo, em troca de proteção e segurança, inclusive econômica, oferecia fidelidade, trabalho e auxílio ao suserano, que, reciprocamente, investia o vassalo no benefício, elemento real e econômico dessa relação feudal.

Na época medieval, em razão dessa índole hierarquizada das estruturas em classes sociais, dilui-se o princípio da cidadania. O relacionamento entre senhores e vassalos dificultava bastante a definição desse conceito. O homem medieval, ou era vassalo, ou servo, ou suserano; jamais foi cidadão. Os princípios de cidadania e de nacionalidade dos gregos e romanos estariam “suspensos” e seriam retomados com a formação dos Estados modernos, a partir de meados do século XVII.



1.4 A CIDADANIA NA IDADE MODERNA


Os primeiros sinais de desmoronamento do sistema que caracterizou o medievo foram a privatização do poder. Hannah Arendt, citada por Quintão[12], diz que:

“A queda da autoridade política foi precedida pela perda da tradição e pelo enfraquecimento dos credos religiosos institucionalizados; foi o declínio da autoridade religiosa e tradicional que talvez tenha solapado a autoridade política, e certamente provocado a sua ruína”

Com o fim do feudalismo e a ocorrência da formação dos Estados nacionais, a sociedade, ainda formada e organizada em clero, nobreza e povo, volta a ter uma centralização do poder nas mãos do rei, cuja autoridade abrangia todo o território e era reconhecida como legal pelo povo. Língua, cultura e ideais comuns auxiliaram a formação desses Estados Nacionais.

Já no final da Idade Moderna, observa-se um sério questionamento das distorções e privilégios que a nobreza e clero insistiam em manter sobre o povo. É aí que começam a despontar figuras que marcariam a História da cidadania, como Rousseau, Montesquieu, Diderot, Voltaire e outros. Esses pensadores passam a defender um governo democrático, com ampla participação popular e fim de privilégios de classe e ideais de liberdade e igualdade como direitos fundamentais do homem e tripartição de poder. Essas idéias dão o suporte definitivo para a estruturação do Estado Moderno. Lembrando que alguns desses ideais já teriam sido objeto de discussão quando do início do constitucionalismo inglês em 1215, quando o rei João Sem Terra foi forçado a assinar a Magna Carta.

As modernas nações, governos e instituições nacionais surgiram a partir de monarquias nacionais formadas pela centralização ocorrida no desenrolar da Idade Moderna. Segundo Wilba Bernardes “desde o momento em que o Estado moderno começa a se organizar, surge a preocupação de definir quais são os membros deste Estado, e, dessa forma, a idéia atual de nacionalidade e de cidadania só será realmente fixada a partir da Idade Contemporânea”[13].



Citado por Quintão[14], J. M. Barbalet diz que:


“Desde o advento do Estado liberal de direito, a base da cidadania refere-se à capacidade para participar no exercício do poder político mediante o processo eleitoral. Assim, a cidadania ativa liberal derivou da participação dos cidadãos no moderno Estado-nação, implicando a sua condição de membro de uma comunidade política legitimada no sufrágio universal, e, portanto, também a condição de membro de uma comunidade civil atrelada à letra da lei”.



1.5 OUTRAS CONSIDERAÇÕES

A história da cidadania mostra bem como esse valor encontra-se em permanente construção. A cidadania constrói-se e conquista-se. É objetivo perseguido por aqueles que anseiam por liberdade, mais direitos, melhores garantias individuais e coletivas frente ao poder e a arrogância do Estado. A sociedade ocidental nos últimos séculos andou a passos largos no sentido das conquistas de direitos de que hoje as gerações do presente desfrutam.

O exercício da cidadania plena pressupõe ter direitos civis, políticos e sociais e estes, se já presentes, são fruto de um longo processo histórico que demandou lágrimas, sangue e sonhos daqueles que ficaram pelo caminho, mas não tombados, e sim, conhecidos ou anônimos no tempo, vivos no presente de cada cidadão do mundo, através do seu “ir e vir”, do seu livre arbítrio e de todas as conquistas que, embora incipientes, abrem caminhos para se chegar a uma humanidade mais decente, livre e justa a cada dia.



2 A CIDADANIA NO BRASIL


A história da cidadania no Brasil está diretamente ligada ao estudo histórico da evolução constitucional do País. A Constituição imperial de 1824 e a primeira Constituição republicana de 1891 consagravam a expressão cidadania. Mas, a partir de 1930, observa Wilba Bernardes[15], ocorre uma nítida distinção nos conceitos de cidadania, nacionalidade e naturalidade. Desde então, nacionalidade refere-se à qualidade de quem é membro do Estado brasileiro, e o termo cidadania tem sido empregado para definir a condição daqueles que, como nacionais, exercem direitos políticos.

A história da cidadania no Brasil é praticamente inseparável da história das lutas pelos direitos fundamentais da pessoa: lutas marcadas por massacres, violência, exclusão e outras variáveis que caracterizam o Brasil desde os tempos da colonização. Há um longo caminho ainda a percorrer: a questão indígena, a questão agrária, posse e uso da terra, concentração da renda nacional, desigualdades e exclusão social, desemprego, miséria, analfabetismo, etc.

Entretanto, sobre a cidadania propriamente dita, dir-se-ia que esta ainda engatinha, é incipiente. Passos importantes já foram dados. A segunda metade do século XX foi marcada por avanços sócio-políticos importantes: o processo de transição democrática, a volta de eleições diretas, a promulgação da Constituição de 1988 “batizada” pelo então presidente da constituinte Ulysses Guimarães de a “Constituição Cidadã”. Mas há muito que ser feito. E não se pode esperar que ninguém o faça senão os próprios brasileiros. A começar pela correção da visão míope e desvirtuada que se tem em ralação a conceitos, valores, concepções. Deixar de ser uma nação nanica de consciência, uma sociedade artificializada nos seus gostos e preferências, onde o que vale não vale a pena, ou a mediocridade transgride em seu conteúdo pelo arrastão dos acéfalos. Tem-se aqui uma Constituição cidadã, mas falta uma “Ágora” onde se possa praticar a cidadania, e tornar-se, cada brasileiro em um ombudsman de sua Pátria.

É inegável que o Brasil é um País injusto, ou melhor, a sociedade brasileira é extremamente desigual. Basta ver os números do IBGE para indagarmos os motivos de tantos contrastes, de tão perversos desequilíbrios. E o que é pior: a cada pesquisa, as diferenças aumentam, a situação de ricos e pobres que parecem migrar para extremos opostos... nessa escala de aprofundamento das injustiças sociais, ao contrário do que desejava Ulysses Guimarães em seu discurso na Constituinte em 27 de julho de 1988:

“essa será a Constituição cidadã, porque recuperará como cidadãos milhões de brasileiros, vítimas da pior das discriminações: a miséria”. “ Cidadão é o usuário de bens e serviços do desenvolvimento. Isso hoje não acontece com milhões de brasileiros, segregados nos guetos da perseguição social”.

Por que tudo isso continua? Falta vontade dos governos? Ao que parece, todos se preocupam, reclamam e se incomodam com esta triste realidade, mas, ações consistentes, de efeitos estruturais e capazes de mudar os rumos das tendências sócio-econômicas da sociedade brasileira não se podem vislumbrar, ainda. É vontade geral manifesta que haja um mínimo de justiça social. Entretanto, por que não fazer valer esse desejo da maioria, se este é um País democrático? Será que se atribui muita importância, ou se respeitam demais as chamadas minorias? As elites?

As questões são mais profundas. As soluções demandam “garimpagem” com muito tino e sabedoria, requerem grande esforço social conjunto. Não servem aqueles apelos carregados de emoção em busca de respostas emergentes e imediatas, que passam logo e deixam a população ainda mais frustrada, mais descrente. Há que se pensar algo mais racional, profundo e que tenha começo, meios e finalidades claros, objetivos e sem a essência obrigatória do curto prazo.

Por falar em começo, que tal pensar-se em construir uma verdadeira cidadania? Aliás, construir a cidadania dos brasileiros. Fala-se tanto das qualidades incomuns dos pátrios. Povo alegre, generoso, criativo, pacífico, solidário, sensível ante os problemas alheios; povo capaz de reagir rápida e inteligentemente, ante a situações adversas. Porém, falta a cidadania... Esta, sim, é uma qualidade da qual não prescinde um povo que se diz democrático. Alain Touraine[16] vê a liberdade como a primeira das condições necessárias e suficientes à sustentação democrática. A outra condição para uma democracia sólida é a cidadania.

Para que haja democracia é necessário que governados queiram escolher seus governantes, queiram participar da vida democrática, comprometendo-se com os seus eleitos, apontando o que aprova e o que não aprova das suas ações. Assim, vão sentir-se cidadãos. Isto supõe uma consciência de pertencimento à vida política do país. Querer participar do processo de construção dos destinos da própria Nação. Ser cidadão é sentir-se responsável pelo bom funcionamento das instituições. É interessar-se pelo bom andamento das atividades do Estado, exigindo, com postura de cidadão, que este seja coerente com os seus fundamentos, razoável no cumprimento das suas finalidades e intransigente em relação aos seus princípios constitucionais.

O exercício do voto é um ato de cidadania. Mas, escolher um governante não basta. Este precisa de sustentação para o exercício do poder que requer múltiplas decisões. Agradáveis ou não, desde que necessárias, estas têm de ser levadas a cabo e com a cumplicidade dos cidadãos. Estes não podem dar as costas para o seu governante apenas e principalmente porque ele exerceu a difícil tarefa de tomar uma atitude impopular, mas necessária, pois, em muitos momentos, o governante executa negócios que, embora absolutamente indispensáveis, parecem estranhos aos interesses sociais. É nessas ocasiões que se faz necessário o discernimento, próprio de cidadão consciente, com capacidade crítica e comportamento de verdadeiro “também sócio” do seu país.

Ser cidadão é ter consciência de que é sujeito de direitos. Direitos à vida, à liberdade, à propriedade, à igualdade de direitos, enfim, direitos civis, políticos e sociais. Mas este é um dos lados da moeda. Cidadania pressupõe também deveres. O cidadão tem de ser cônscio das suas responsabilidades enquanto parte integrante de um grande e complexo organismo que é a coletividade, a nação, o Estado, para cujo bom funcionamento todos têm de dar sua parcela de contribuição. Somente assim se chega ao objetivo final, coletivo: a justiça em seu sentido mais amplo, ou seja, o bem comum.



3. CONCLUSÃO

O termo cidadania parece ter caído nas graças daqueles que têm na comunicação o instrumento de trabalho, como políticos, dirigentes, comunicadores, sociólogos e outros profissionais que, de alguma forma, interagem no meio social. Em seu ensaio a Veja, edição de 22/10/03, Roberto Pompeu de Toledo, ao fazer uma crítica ao comportamento do brasileiro, quando este se julga “estar por cima” e usa da impontualidade como meio de dominação, refere-se à pontualidade como expressão de igualitarismo. E acrescenta: “É, para usar detestável palavrão em voga, uma manifestação de ‘cidadania’. Na pontualidade, duas pessoas chegam junto.”. Considerada palavra “gasta”, ou não, o fato é que a cidadania é parâmetro balizador da história do homem enquanto ser social. Mesmo que, inconscientemente, o homem, na sua caminhada ao longo da História, sempre manteve a cidadania como questão central das suas lutas, como se verifica ao se recuar nos primórdios da humanidade.

A luta pela cidadania estava presente no profetismo hebreu. Os contemporâneos de Aristóteles e Platão organizavam-se para a prática da cidadania. A Roma de Cícero, através do Direito, da civitas, contribuiu significativamente na discussão dos direitos civis e políticos do cidadão. Essas histórias de lutas humanas em busca de reconhecimento de direitos do homem como cidadão, passa também pelo medievo, onde deixam vestígios os mais profundos. Em seguida, pelas revoluções burguesas, pelas lutas sociais dos séculos XIX e XX e até nossos dias. A auto-afirmação continua sendo perseguida, dia a dia, através de incansáveis batalhas contra todo tipo de iniqüidades, injustiças, opressão, etc., perversões que insistem em obstruir as ações humanas em prol de uma sociedade mais igualitária e feliz.

A história da cidadania confunde-se em muito com a história das lutas pelos direitos humanos. A cidadania esteve e está em permanente construção; é um referencial de conquista da humanidade, através daqueles que sempre buscam mais direitos, maior liberdade, melhores garantias individuais e coletivas, e não se conformam frente às dominações arrogantes, seja do próprio Estado ou de outras instituições ou pessoas que não desistem de privilégios, de opressão e de injustiças contra uma maioria desassistida e que não se consegue fazer ouvir, exatamente por que se lhe nega a cidadania plena cuja conquista, ainda que tardia, não será obstada.



4. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS

Você tem colocado em prática as obras de misericórdia?


Nesse fim de semana celebramos, em comunhão com toda a Igreja, a Festa da Divina Misericórdia, instituída pelo servo de Deus, João Paulo II. O Papa polonês foi o grande incentivador dessa devoção. Quando seminarista, ele visitava sempre o túmulo de Santa Faustina. A morte dele, no ano de 2005, aconteceu na oitava de Páscoa, portanto, dentro das comemorações dessa festa.

A Devoção a Divina Misericórdia e as obras de misericórdia estão intimamente ligadas. A prática dessas obras [de misericórdia], quer corporais quer espirituais, são de capital importância. Sem a confiança na Divina Misericórdia e sem a prática das obras pedidas por Jesus não existe uma verdadeira devoção. Por isso somos convidados a colocar em prática aquilo que celebramos na festa do último domingo.

"O amor da Igreja pelos pobres...faz parte de sua tradição constante. Inspira-se no Evangelho das bem-aventuranças, na pobreza de Jesus e em sua atenção aos pobres. O amor aos pobres e é também um dos motivos do dever de trabalhar 'para se ter o que partilhar com quem tiver necessidade'. Não se estende apenas à pobreza material, mas também às numerosas formas de pobreza cultural e religiosa" (CIC, n. 2444).



"Seu mandato ecoa até hoje: "Dai-lhes vós mesmos de comer" (Lc 9, 13).

Foto: divulgação


A Canção Nova busca colocar em prática essa proposta de vida e uma das suas obras sociais que expressam essa realidade: Dar de comer a quem tem fome e dar de beber a quem tem sede – é a Casa do Bom Samaritano, cujo objetivo é dar assistência a pessoas carentes, vindas de diversos lugares, no intuito de resgatar-lhes a dignidade.



Jesus nos ensina que, ao acolhermos o outro, acolhemos a Ele próprio: "Todas as vezes que fizestes isso a um destes mais pequenos, que são meus irmãos, foi a mim que o fizestes!" (Mateus 25,40).



"As obras de misericórdia são as ações caritativas pelas quais socorremos o próximo nas suas necessidades corporais e espirituais" (CIC, n. 2447

Foto: Divulgação

Jesus quer que O sirvamos e O amemos na pessoa do nosso próximo, especialmente dos pequeninos mais carentes. "Certo dia, em 2004, quando morava na missão de São Paulo, indo para a Santa Missa, no horário de almoço, deparei-me com uma cena não pouco comum na capital paulista: um morador de rua que estava tendo uma convulsão. As pessoas aglomeravam-se em torno dele, mas nada era feito para ajudá-lo. Foi quando eu e um irmão de comunidade tomamos a decisão de colocar em prática o amor concreto e o levamos para o hospital e depois para uma casa de acolhida. Uma atitude muito simples, mas que me fez tocar no Cristo escondido no próximo", partilha Cristiane Henrique, missionária da comunidade fundada pelo monsenhor Jonas Abib.


Coloquemos em prática, no nosso dia a dia, tudo aquilo que temos aprendido do nosso Mestre. "Cada um contribua segundo propôs o seu coração; não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama a quem dá com alegria" (II Coríntios 9,7).


E você como tem colocado em prática as obras de misericórdia em sua vida? Conte-nos seu testemunho.


Conheça um pouco mais sobre a Casa do Bom Samaritano e a sua missão diante dos que mais necessitam.

Evangelho (João 3,16-21)


Quarta-Feira, 4 de Maio de 2011



2ª Semana da Páscoa






A- A+






— O Senhor esteja convosco.


— Ele está no meio de nós.


— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.


— Glória a vós, Senhor.






16Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito, para que não morra todo o que nele crer, mas tenha a vida eterna. 17De fato, Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele. 18Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado, porque não acreditou no nome do Filho unigênito.


19Ora, o julgamento é este: a luz veio ao mundo, mas os homens preferiram as trevas à luz, porque suas ações eram más. 20Quem pratica o mal odeia a luz e não se aproxima da luz, para que suas ações não sejam denunciadas. 21Mas quem age conforme a verdade aproxima-se da luz, para que se manifeste que suas ações são realizadas em Deus.






- Palavra da Salvação.


- Glória a vós, Senhor.






4 de mao São Floriano


Pertenceu a um grupo de militares que serviam ao império romano. O imperador era Diocleciano que, influenciado por um genro, passou a ter um grande preconceito e ódio ao Cristianismo, a ponto de estabelecer um edito onde dizia que a Palavra de Deus escrita devia ser queimada e os cristãos, quando identificados, precisavam oferecer sacrifícios aos 'deuses' em sinal de adoração.


Muitos optavam por testemunhar Jesus até o último instante a renunciar sua fé no Cristo. Outros para salvar a própria pele, abandonavam a Igreja, Jesus e a comunidade.

A opção de Floriano foi pelo amor a Cristo.

A ordem do Imperador chegou até ele e em nome de 40 soldados cristãos, ele manifestou-se, denunciando toda aquela ignorância e injustiça. Aquilino, que devia defendê-los pois comandava o pelotão, ao contrário, entregou todos aqueles militares.

E aqueles soldados tiveram que optar pelo imperador ou por Cristo. Para servir a Cristo, é preciso testemunhá-lo. E a perseguição não demora a vir.

Floriano teve uma corda amarrada ao seu pescoço e foi lançado ao rio e morreu afogado. E todos os outros soldados também foram martirizados.


São Floriano, rogai por nós!

3 de maio*São Filipe e São Tiago, Apóstolos e Mártires*



Ambos nasceram na Galileia e foram discípulos e apóstolos de Jesus Cristo, e por Ele deram a vida.

Filipe nasceu em Betsaida, e o Evangelho de São João é que nos apresenta dados a respeito de seu santo testemunho. Jesus passou, chamou-o e ele disse 'sim' com a vida.

Ele foi 'canal' para que São Bartolomeu também se tornasse discípulo de Cristo. Durante o acontecimento da multiplicação dos pães, Filipe também participou deste milagre (foi para Filipe que Jesus perguntou como se faria para alimentar aquela multidão).

Na Santa Ceia, o apóstolo Filipe é quem pede a Jesus: 'Mostra-nos o Pai e isso nos basta' (Jo 14,8).

Filipe estava em Pentecostes com a Virgem Maria e os outros apóstolos.

São Clemente de Alexandria nos diz que ele foi crucificado. Que honra para os apóstolos morrerem como o seu Senhor!

São Tiago também foi martirizado, por volta do ano 62. Ele que nasceu em Caná, filho de Alfeu, familiar de Nosso Senhor Jesus Cristo. E foi um dos doze apóstolos.

Nos Atos dos Apóstolos encontramos ele como o primeiro bispo de Jerusalém.

Tiago recebeu mais de uma visita de São Paulo e foi reconhecido como uma das colunas principais da Igreja, ao lado de São Pedro e São João.

Uma das cartas do Novo Testamento é atribuída a ele. E, nela, o apóstolo nos ensina que a fé sem obras é morta e que é preciso deixarmos que o Espírito Santo governe a nossa língua.

O martírio não está centrado no sofrimento, mas no amor a Jesus Cristo que supera essa vida.


São Filipe e São Tiago, rogai por nós!




segunda-feira, 2 de maio de 2011

Evento especial do 1º de Maio de 2011


1º de Maio 2011 - "Icó 31 Anos de Lutas" cujo Tema foi: "Cidadania e Respeito dando aos Icoenses o que lhe é de Direito" 


Organizadores do Evento:

O STTR-Sindicato dos Trabalhadores(as) Rurais; CPT; PJMP; PT; SINTSEF/DSCENSUL.

Participaram milhares de Tabalhadores e Trabalhadoras Rurais, a maioria das comunidades rurais, do Município de Icó, dos 31 Anos de Manifestações do 1º de Maio em Icó-CE. (VEJA MAIS FOTOS A BAIXO)

Jesus Ressuscitado e Misericordioso (Novena)


Oração para todos os dias


Jesus Ressuscitado, rolai as pedras do meu caminho!


Ó Deus de grande Misericórdia e Bondade infinita. Eis que hoje venho suplicar pela Vossa Misericórdia as Graças necessárias para mim e para meus familiares:


(Faça agora seu pedido a Jesus Ressuscitado, a Jesus Misericordioso! ...).


Ó Senhor, aumentai em nós sem cessar a Vossa Misericórdia, a fim de que possamos cumprir fielmente a Vossa Santa Vontade durante toda nossa vida e na hora da morte. Que o Poder da Vossa Misericórdia nos defenda dos ataques dos inimigos da Nossa Salvação. Jesus é a nossa confiança. Pelo Seu Coração Misericordioso, como por uma porta aberta, esperamos entrar no Céu.


Jesus Misericordioso, Jesus Ressuscitado, eu clamo a Vossa Misericórdia e a Força da Ressurreição. Rolai essas pedras do meu caminho.


Jesus, eu confio em Vós...


Senhor Jesus Cristo, que tendo ressuscitado dos mortos, nos abriu as portas da eternidade. Afugentai as trevas, a discórdia, a desavença, e rolai as pedras do meu caminho, da minha família e do meu ambiente de trabalho.


Jesus Misericordioso, eu clamo a Vossa Misericórdia sobre esta causa:


(Faça novamente o seu pedido)


Jesus Ressuscitado, Jesus Misericordioso, eu clamo o Vosso Poder. Amém.

Oraão do dia - 02/05/2011


Oração do dia


Deus eterno e todo-poderoso, que nos destes em Santo Atanásio um exímio defensor da divindade de vosso Filho, concedei-nos, por sua doutrina e proteção, crescer continuamente no vosso amor. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.


Primeira Leitura (Atos 4,23-31)

Leitura dos Atos dos Apóstolos.


4 23 Naqueles dias, postos em liberdade, voltaram aos seus irmãos e referiram tudo quanto lhes tinham dito os sumos sacerdotes e os anciãos.

24 Ao ouvirem isso, levantaram unânimes a voz a Deus e disseram: "Senhor, vós que fizestes o céu, a terra, o mar e tudo o que neles há.

25 Vós que, pelo Espírito Santo, pela boca de nosso pai Davi, vosso servo, dissestes: ´Por que se agitam as nações, e imaginam os povos coisas vãs?

26 Levantam-se os reis da terra, e os príncipes se reúnem em conselho contra o Senhor e contra o seu Cristo.´

27 Pois na verdade se uniram nesta cidade contra o vosso santo servo Jesus, que ungistes, Herodes e Pôncio Pilatos com as nações e com o povo de Israel,

28 para executarem o que a vossa mão e o vosso conselho predeterminaram que se fizesse.

29 Agora, pois, Senhor, olhai para as suas ameaças e concedei aos vossos servos que com todo o desassombro anunciem a vossa palavra.

30 Estendei a vossa mão para que se realizem curas, milagres e prodígios pelo nome de Jesus, vosso santo servo!"

31 Mal acabavam de rezar, tremeu o lugar onde estavam reunidos. E todos ficaram cheios do Espírito Santo e anunciaram com intrepidez a palavra de Deus.

— Palavra do Senhor.

— Graças a Deus.



Salmo responsorial 2



Felizes hão de ser todos aqueles que põem sua esperança no Senhor.



Por que os povos agitados se revoltam?

Por que tramam as nações projetos vãos?

Por que os reis de toda a terra se reúnem,

e conspiram os governos todos juntos

contra o Deus onipotente e seu ungido?

“Vamos quebrar suas correntes”, dizem eles,

“e lançar longe de nós o seu domínio!”


Ri-se deles o que mora lá nos céus;

zomba deles o Senhor onipotente.

Ele, então, em sua ira os ameaça

e em seu furor faz tremer, quando lhes diz:

“Fui eu mesmo que escolhi este meu rei

e em Sião, meu monte santo, o consagrei!”


O decreto do Senhor promulgarei,

foi assim que me falou o Senhor Deus:

“Tu és meu filho, e eu hoje te gerei!

Podes pedir-me, e em resposta eu te darei,

por tua herança, os povos todos e as nações,

e há de ser a terra inteira o teu domínio.

Com cetro férreo haverás de dominá-los

e quebrá-los como um vaso de argila!”



Aclamação do Evangelho



Aleluia, aleluia, aleluia.

Se com cristo ressurgistes, procurai o que é do alto, onde Cristo está sentado à direita de Deus Pai (Cl 3,1).



Evangelho (João 3,1-8)


— O Senhor esteja convosco.

— Ele está no meio de nós.

— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.

— Glória a vós, Senhor!


3 1 Havia um homem entre os fariseus, chamado Nicodemos, príncipe dos judeus.

2 Este foi ter com Jesus, de noite, e disse-lhe: "Rabi, sabemos que és um Mestre vindo de Deus. Ninguém pode fazer esses milagres que fazes, se Deus não estiver com ele".

3 Jesus replicou-lhe: "Em verdade, em verdade te digo: quem não nascer de novo não poderá ver o Reino de Deus".

4 Nicodemos perguntou-lhe: "Como pode um homem renascer, sendo velho? Porventura pode tornar a entrar no seio de sua mãe e nascer pela segunda vez?"

5 Respondeu Jesus: "Em verdade, em verdade te digo: quem não renascer da água e do Espírito não poderá entrar no Reino de Deus.

6 O que nasceu da carne é carne, e o que nasceu do Espírito é espírito.

7 Não te maravilhes de que eu te tenha dito: ´Necessário vos é nascer de novo´.

8 O vento sopra onde quer; ouves-lhe o ruído, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai. Assim acontece com aquele que nasceu do Espírito".

— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor!



Comentário ao Evangelho



A CARNE E O ESPÍRITO

Quando o Evangelho fala em carne e espírito, refere-se a duas dimensões do ser humano, radicalmente opostas. Cada pessoa traz, em si, as marcas destas realidades. A questão fundamental consiste em saber qual das duas incide mais profundamente sobre sua existência. Ou seja, por qual delas a pessoa se deixa conduzir.

Viver segundo a carne significa deixar-se guiar pelos sentimentos inferiores, que tornam o indivíduo egoísta, ensimesmado, buscando apenas os seus interesses, insensível ao sofrimento do outro, incapaz de um gesto de solidariedade. Antes, a pessoa não tem escrúpulos de transformar o outro em objeto para a satisfação de seus instintos e de sua maldade. Vive no pecado!

A vida segundo o espírito, ao contrário, pauta-se pelo amor, que estabelece entre as pessoas vínculos de comunhão e de fraternidade. É o caminho da humanização, na medida em que a pessoa age, inspirando-se no modo de agir próprio de Deus. Nascer do Espírito não depende só da vontade humana. É obra de Deus no coração de quem se abre para ele.

A ressurreição de Jesus possibilitou, à humanidade, esse nascimento pelo Espírito. Só quem nasce do Espírito pode tomar parte no Reino de Deus, inaugurado por Jesus. É mister nascermos de novo para nos beneficiarmos dos frutos da ressurreição.

Oração

Espírito de renascimento recria-me pelo amor, para que eu possa participar do Reino de Deus, que Jesus veio instaurar no meio de nós.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).