segunda-feira, 29 de junho de 2015

Vaticano oficializa excomunhão de padre brasileiro que defende união gay



A Diocese do Divino Espirito Santo de Bauru (338km de São Paulo) emitiu, na manhã deste sábado (15). um comunicado informando que, após um processo que durou mais de um ano, a Santa Sé declarou oficialmente que o padre Roberto Francisco Daniel, conhecido como padre Beto, está oficialmente excomungado pela Igreja Católica.
A Diocese de Bauru havia recebido o comunicado no dia 14 de outubro.
De acordo com o documento divulgado, para a decisão não cabe recurso. A excomunhão só será revista caso padre Beto peça perdão pelos atos que culminaram com a pena. Ainda no comunicado, a instituição pede que os fiéis não frequentem e nem participem de possíveis "atos de cultos" realizados por ele.
"Todos os matrimônios celebrados (assistidos), após a declaração da pena, pelo mesmo sacerdote, são inválidos pelo próprio Direito", informa.
Assinado pelo padre doutor Tiago Wenceslau, juiz-instrutor para as "matérias reservadas a Sé Apostólica", o documento pede ainda que as pessoas rezem por padre Beto.
"Convido todos os cristãos católicos a rezarem para que o Espírito Santo ilumine a todos, sobretudo, ao referido sacerdote para que tenha a coragem da humildade sabendo pedir perdão e se reconciliando com a Igreja que o acolheu e lhe concedeu o sacerdócio ministerial", diz o aviso oficial. 
Mesmo sendo parte interessada no processo, padre Beto informou que não teve conhecimento prévio da decisão da Santa Sé antes da divulgação para a imprensa. Ele foi informado da decisão pela reportagem do UOL após realizar mais um casamento, na manhã deste sábado em Bauru.
"Este fato é indiferente para mim, já não tinha mais a intenção de voltar para a Igreja, fosse por Roma ou pela Diocese", afirmou ele.
Padre Beto afirmou que continua a ter a sua fé, mas que agora ela não está ligada a nenhuma denominação. Atualmente padre Beto dá aulas em uma faculdade de Bauru e tem viajado por todo o País para ministrar palestras e para divulgar um livro lançado recentemente. 
Apesar da decisão da Santa Sé, o sacerdote afirma que o processo movido por ele na Justiça brasileira segue em andamento. Ele argumenta que não teve direito à defesa antes da excomunhão e que o juiz instrutor nomeado pela Diocese de Bauru não tinha competência para julgar.
"A decisão da Santa Sé diz respeito ao ato, mas o processo trata do desrespeito da Diocese à Constituição brasileira que não observou o tratado entre o Vaticano e as leis do Brasil", afirma.
Apesar de não servir mais à Igreja Católica, ele afirma que, por ser conhecido como padre Beto, não pretende abandonar o título. "Tem vários padres que deixam de exercer a função por esse ou aquele motivo, mas não deixam de o usar o 'padre'. Nada me impede de continuar assim", explica.

Entenda o caso

O padre Roberto Francisco Daniel, conhecido como padre Beto, se envolveu numa polêmica com a Igreja Católica após declarações registradas num vídeo publicado no Youtube chegarem ao conhecimento da Diocese de Bauru.
Na gravação, o religioso questiona dogmas da Igreja Católica e fala com aceitação sobre assuntos como bissexualidade e homossexualidade, além de segunda união entre os casais.
Com a repercussão, o bispo Dom Caetano Ferrari, da Diocese de Bauru, exigiu que padre Beto se retratasse, mas ele preferiu pedir seu desligamento da Igreja que mesmo com o pedido feito pelo padre decidiu por excomungá-lo.

Excomungado, mas casamenteiro

Apesar de estar proibido de realizar sacramentos pela Igreja Católica (batizado, comunhão, crisma e casamento) padre Beto, conta ter celebrações agendadas até 2016 e que novas datas surgem a todo o momento.
"Os casais que me procuram para celebrar o casamento, não são ligados a esta ou aquela religião ou instituição religiosa. São pessoas que tem a sua fé, gostam do jeito como falo em nome de Deus e só querem receber a benção na união", ressalta.
Somente neste sábado (15), padre Beto realizou dois casamentos. Um no final da manhã e outro no final da tarde, ambos em Bauru. "Você não precisa ser padre ou pastor para abençoar a união de um casal, assim como um casamento não precisa ser realizado numa igreja, apenas é necessário que você fale em nome de Deus e que os noivos estejam de acordo", afirma.
Em sua página pessoal no Facebook, padre Beto anuncia que está disponível para realizar os casamentos.
"Realizo casamentos não só em Bauru, mas na região, na Capital e em outros estados. Tenho agendado o casamento de um casal heterossexual no Espírito Santo. Esta semana um homem divorciado me procurou o para realizar o casamento com sua nova companheira", revela.
Ao contrário da Igreja Católica que cobra a taxa de matrimônio dos casais pela realização do sacramento, padre Beto afirma que não cobra. "Apenas quando é preciso sair de Bauru é que o casal se responsabiliza pelos gastos necessários para o meu deslocamento", diz

terça-feira, 9 de junho de 2015

Icoense inspira educadores na maior feira de educação do Brasil


Um exemplo saído de Icó, Ceará, para os educadores presentes na Bett, maior feira de educação do Brasil, em evento realizado no último dia 21 de maio.
O fato foi reportado no site "Info Geek" e trazemos abaixo a matéria completa com as informações detalhadas.
MENINO DO INTERIOR DO CEARÁ INSPIRA EDUCADORES NA BETT - MANOEL VIROU O JOGO AOS 46 MINUTOS DO SEGUNDO TEMPO
A seção final dedicada aos desafios da conectividade no início da noite de quinta-feira na Bett, maior feira de educação do Brasil, terminava em clima de desânimo – os desafios pareciam grande demais – quando a mediadora Anna Penido, diretora-executiva do Instituto Inspirare, decidiu contar a história do icoense Manoel Lima, uma espécie de aluno-símbolo da Geekie. 
“É um garoto de Icó, no interior do Ceará, com uma história de vida difícil. Ficou órfão de pai aos 4 anos e a mãe teve de criar os quatro filhos. Sempre foi bom aluno, mas precisou começar a trabalhar cedo, em um banco. Fazia o ensino médio à noite e ele mesmo diz que não conseguia aprender nada, porque chegava cansado na escola.”
DINHEIRO DE RIFA PARA TER WI-FI  - “Em 2013, o governo do Ceará cadastrou todos os alunos do 3º ano do ensino médio no Geekie Games [projeto que combinava simulados do Enem e acesso à nossa plataforma online de aprendizagem adaptativa da Geekie]”, prosseguiu Anna. “Manoel comprou um notebook com suas economias e começou a estudar cada vez mais pela plataforma. Os próprios professores estimulavam o garoto. ‘Se você está aprendendo no computador, vai em frente’.”
“A escola do Manoel tinha acesso à internet, mas não tinha wi-fi. Ele e outros alunos mais nerds arrecadaram dinheiro em quermesses, rifas, e compraram o equipamento para a escola.” “É uma iniciativa bacana, que mostra o potencial do empoderamento de alunos e professores para encontrar soluções que sirvam de referência para todas as escolas públicas. Ah, e só para vocês saberem: o Manoel entrou em um curso de Ciências Biomédicas e já está até trabalhando em um hospital de Fortaleza.”
ÁGUA CORRENTE, SANITÁRIOS E COZINHA  - A história de Manoel foi o contraponto bem-vindo ao quadro apresentado pelo secretário de Educação do Distrito Federal, Júlio Gregório, representante do Consed [Conselho dos Secretários Estaduais de Educação], sobre a infraestrutura das escolas brasileiras. Um panorama descrito por um dos participantes da mesa como “angustiante”.
Os dados referem-se a cerca de 194 mil escolas, públicas e privadas, da educação básica. Você sabe o que 44,5% dessas escolas têm? Água corrente, sanitários e cozinha. E só. Estão no nível considerado elementar. “Mesmo em Brasília, que é uma rede pequena, temos que pagar caminhões-pipa para levar água a algumas escolas”, disse Gregório. “E olha que lá, bem ao contrário de São Paulo, os reservatórios usados no abastecimento estão transbordando com as últimas chuvas.”
Voltando aos números, cerca de 40% das escolas brasileiras estão no nível básico em termos de estrutura. Isso se traduz em dispor de sala para diretoria e itens como TV, DVD, computador e impressora. “Mas quando você vai imprimir alguma coisa, não tem tonner. Quando tem tonner, falta papel. Quanto tem tonner e papel, o computador está pifado. Quando tudo isso funciona, falta energia”, disse Gregório. No nível adequado estão apenas cerca de 15% das escolas. Estas têm sala de professores (!), biblioteca, espaço de informática e acesso à web. O 0,6%
QUE DEVERIA SER MAIORIA  - Por fim, só 0,6% [isto mesmo, só 0,6%] das escolas estão no nível avançado. Isso significa que eles têm tudo o que as demais têm e itens como laboratórios de ciências mais sofisticados e estrutura adequada para receber alunos com necessidades especiais. “Esse tipo de estrutura você só encontra em escolas públicas em poucas unidades mantidas diretamente pelo governo federal, como o Colégio Pedro II, no Rio, que têm um custo por aluno muito superior aos das redes municipais e estaduais”, disse Gregório.
INVEJA DO URUGUAI - Agora falando só das escolas públicas, pelo Censo de 2013 do Ministério da Educação, pouco mais da metade das escolas públicas brasileiras [51,9%] dão aos alunos acesso ao computador – ou seja, o computador, para muitos estudantes brasileiros, é aquele equipamento que fica na sala da diretoria, para uso administrativo. Essa porcentagem cai para 32,2% em regiões como a Norte.
Mesmo quando o acesso ao computador ao existe, a relação entre alunos e equipamentos é desproporcional. Na média brasileira, cada computador atende a 34 estudantes. Dá inveja do Uruguai, com seus cerca de 4 milhões de habitantes, que já garantiu há anos que todo aluno tenha seu próprio laptop.
AGENDA POLÍTICA E ‘CURRÍCULO DE LOUCO’  - O Consed desenvolveu a estratégia que lhe cabe para lidar com o problema. “Criamos uma agenda política, atrelada às metas do Plano Nacional de Educação”, explicou Gregório. Para o secretário, essa pressão política é chave para ajudar a tirar do papel metas como a de universalizar, até o quinto ano de vigência do PNE, o acesso à internet de banda larga nas escolas públicas e triplicar a relação computador/aluno no ensino básico.
Outra frente dessa extensa agenda política não tem a ver com a estrutura, mas a afeta diretamente: é atacar a ausência de uma definição curricular e pedagógica capaz de abrir espaço para o uso da tecnologia. “Temos um currículo de louco, só no ensino médio são 14 disciplinas. E os projetos em andamento na Câmara para reformulá-lo pioram tudo”, disse Gregório. “Para dar conta do currículo você tem que engatar aulas de 45 minutos uma atrás da outra. Se você quiser introduzir tecnologia num quadro assim, fica sem um mínimo de reflexão sobre o uso.”
INOVAÇÃO É TIJOLO? A agenda do Consed é bem-vinda. Mas pode ser complementada pela agenda paralela de empreendedores, terceiro setor e dos diretamente interessados, como professores e alunos. Porque parte do drama da educação brasileira hoje é que ainda temos de resolver problemas do século 19 incorporando soluções do século 21.
O desafio está lançado e a Geekie está aberta a participar. Até porque, como disse Anna numa conversa informal com o Infogeekie depois do debate, neste país desigual você ainda tem escola de pau-a-pique, como ocorre no interior do Maranhão, mas os alunos cobram mais tecnologia. “Se você usa o pau-a-pique como única referência, passa a tratar tijolo como inovação.”

segunda-feira, 8 de junho de 2015

turismo emprego renda trabalho
01/12/12 21:39
Nas últimas décadas o turismo tem se destacado como uma das mais importantes atividades econômicas em todo o mundo, afirmando-se como fonte geradora de serviços, produtos, emprego e renda. O turismo é um fenômeno contemporâneo e de natureza complexa, cuja importância na atualidade abrange os setores econômico, social e político. Sendo assim o Turismo é um dos setores que mais podemos avançar na questão do emprego, renda e trabalho, mão de obra intensiva, entre outros. A repartição equitativa da lucratividade, com a preservação da fonte de recursos, está inserida no conceito de desenvolvimento sustentável. De acordo com esta concepção é plenamente possível impulsionar o desenvolvimento com a preservação ambiental e cultural, considerando-se a utilização dos recursos naturais e humanos de forma sustentável e garantindo seu uso às futuras gerações. Transformar o setor turístico na maior fonte de emprego e renda do país e por essa via, fortalecer o comércio e a indústria. É essa a grande meta e o grande desafio que temos que enfrentar. Temos que nos unir em torno do Turismo, para que esse setor passe a ser uma das maiores fontes de recolhimento de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), com isso ganha a população com o emprego, o empresário com o lucro e o governo como aumento da arrecadação. Enfim, todo mundo está ganhando, inclusive, não podemos esquecer a indústria, o comércio, a agricultura e os serviços. A melhoria da qualidade de vida através do turismo das pessoas requer um conjunto de iniciativas combinadas, como educação, capacitação para o trabalho e disponibilização de linhas de crédito destinado ao fomento da atividade. A missão é unirmos para fortalecer esse importante setor econômico.

Jarbas Farias Chagas
Turismólogo, Consultor em Turismo
Brasília DF