terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Dois bons indicadores sobre a economia brasileira - blog do zé

Publicado em 30-Jan-2012
Cada vez mais, o Brasil deixa de ser um mero receptor de dinheiro dos brasileiros residentes no exterior. Dados do Banco Central (BC) revelam que os imigrantes que vivem em nosso país passaram a enviar mais recursos para seus países de origem. A proporção no ano passado foi de US$ 1 enviado pelos estrangeiros aqui residentes para cada US$ 2,43 que entrou no país.

O fato é, por si mesmo, um indicador importante da extraordinária mudança ocorrida no Brasil nos últimos 10 anos. Houve tempos, durante os anos 90, em que o país era um típico receptor dessas remessas. Em 1995, por exemplo, nós recebíamos de brasileiros residentes no exterior quase 25 vezes mais que o valor enviado pelos imigrantes a seus países de origem.

O BC atribui a mudança - registrada em menos de 20 anos - ao recente crescimento da economia brasileira e, obviamente, à crise internacional que fez com que os brasileiros no exterior perdessem sua capacidade de enviar dinheiro. Em 2011, as remessas de brasileiros nos EUA caiu 53% do valor enviado em 2008, quando estourou a crise, somando US$ 603 milhões.

Já os dekasseguis enviaram US$ 289 milhões no ano passado, 60% do que chegava no Brasil há três anos. Fica cada vez mais evidente que o Brasil se fortaleceu. Além disso, nós já somos exportadores de capital, tecnologia e serviços. Estamos cada vez mais internacionalizados e, melhor, o governo caminha para criar um Eximbank e apoiar, de uma vez por todas, a criação do Banco do Sul, fundamental para acelarmos a integração sul-americana.

Remessas de multinacionais superam investimentos estrangeiros


Outra boa nova é que as multinacionais brasileiras aumentaram a quantidade de recursos repatriados em 2011. Segundo a Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica (SOBEET), com base em dados do BC, as transferências intercompanhias superaram os investimentos em capital em US$ 9,3 bi.

Em outras palavras, as filiais das empresas brasileiras repassaram mais recursos para a matriz (no Brasil). Em 2010, para vocês terem uma ideia, o cenário verificado foi oposto: em capital, a participação das brasileiras no exterior superou o volume de empréstimo em US$ 11,6 bi.

Isso ocorre por duas razões principais: num primeiro momento, a crise mundial (a europeia principalmente) tem efeito nas duas pontas, tanto nas remessas (maiores) quanto nos investimentos (menores); depois, tende a aumentar com as oportunidades que o Brasil apresenta. Sobretudo, com a retomada das concessões na infraestrutura e com a expansão do mercado interno e da integração regional.

É uma questão de tempo. Agora, evidentemente, nós devemos ficar atentos aos dados e fiscalizar com rigor a remessa de lucro, dividendos e royalties, os empréstimos e investimentos, para evitar fraudes e remessa ilegal de recursos.

Nenhum comentário: