terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Uma gestão do Estado por CEOs, defendem os conservadores

Publicado em 30-Jan-2012
Reformas internas na forma de gestão do Estado brasileiro ganham matéria de uma página do Estadão, ontem, de certa forma de aplauso ao governo Dilma Rousseff e a atuação do presidente do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), Jorge Gerdau Johanpeter, junto aos ministérios em busca de mais eficiência. O jornalão afirma: "o novo modelo de gestão define Dilma como uma espécie de CEO e a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, no papel de gerente do governo".

Essa posição do Estadão já era mais do que esperada. Batem na mesma tecla: é estabelecer uma oposição entre o governo Lula e o da presidenta Dilma. Não nos iludamos, eles jamais reconhecerão os avanços que tivemos na era Lula. Farão a lição de casa que lhes é conveniente, e aos seus interesses, batendo na base aliada e nas nomeações do governo.

Sempre considerarão "gigantismo" os ministérios criados pelo ex-presidente e acusarão os integrantes dos partidos que compõem a base aliada da presidenta Dilma de montarem "verdadeiros feudos políticos nas pastas que conduzem". Sem falar na lamentável noção que têm de um Estado empresarial dirigido por CEOs - denominação utilizada pelo mundo corporativo.

Independente desta concepção de Estado defendida pelo jornalão -  em que a política praticamente inexiste - há um esquecimento importante nas reportagens (uma página com uma matéria, um box e uma entrevista): simplesmente, deixaram de mencionar na notícia que foi a própria presidenta Dilma quem dirigiu o planejamento e a gestão do governo Lula por cinco anos.

Aliás, o papel da Casa Civil (CC), muito bem lembrado pela sua atual titular, a ministra Gleisy Hoffmann em entrevista ao jornal, sempre foi o de "coordenar a execução dos diversos programas e projetos do governo com foco naquilo que é prioritário", visando melhores resultados. Sempre foi assim, no meu exercício enquanto ministro da Casa Civil, e no da presidenta na época em que era ministra. Ou será que vão tentar nos convencer de que não foi porque estávamos no governo Lula?

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