terça-feira, 24 de janeiro de 2012

ICÓ - CIDADE HISTÓRICA DO CEARÁ




http://www.monumenta.gov.br/site/?page_id=194
em 23 out 2008 às 12:575Thiago Pereira
Icó é uma das mais belas cidades do Estado do Ceará, com seu centro histórico que remonta à época de riquezas do ciclo do couro no Ceará, Icó era um dos pólos econômicos do estado, onde circulava praticamente todas as mercadorias que entrava na região centro-sul. Cidade onde nasceram grandes personagens da história brasileira, como Viana de Carvalho (militar e difusor do espiritismo no Brasil); Antônio Pinto Nogueira Acioli (Governador do Estado do Ceará); Heráclito Graça (Jurista e Membro da Academia Brasileira de Letras); Tristão de Alencar Araripe (Revolucionário da Confederação do Equador e Ministro do STF), dentre outros.
Apesar de ser uma cidade que está fincada na história do Ceará e que atualmente tem um dos maiores centros históricos com seus complexos arquitetônicos totalmente preservado, graças ao Programa Monumenta do Ministério da Cultura e da proteção do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Icó é hoje uma das mais belas cidades do Estado do Ceará, porém fico triste em não ver a publicidade dessa riqueza histórica nos meios de comunicação social, pois o turismo em nossa querida Icó não é tratado com seriedade pelos nossos governantes. Hoje a história da Princesinha do Sertão, como é chamada, vive na mente de poucas pessoas que a conhece, até mesmo dos poucos iconenses que ali residem.









secular Cemitério do Icó é um anexo da Igreja de Nossa Senhora da Conceição do Monte. Nessa Igreja já eram enterrados corpos, existindo já no século XVIII, um pequeno cemitério anexo ao templo. Posteriormente esse anexo foi aumentado surgindo o antigo Cemitério Público, que foi se exaurindo ao longo do século XX, de forma que o pequeno espaço já não comporta os sepultamentos atuais, razão pela qual a municipalidade criou um Cemitério Novo.

Esse cemitério tem sua fundação no século XIX, possivelmente entre 1850, quando todo o Brasil , nas cidades, se discutia o enterro de seus mortos, pois até o momento todos os corpos eram enterrados, dentro das Igrejas ou em volta delas, um hápito que vinha de Portugal. Certamente as epidemias de meados do século XIX, levaram Icó a providenciar um “Campo Santo” coletivo e público e isso trazia problemas para a população, num tempo que a ciência já avançava na descobertas de micro-organismos, e as doenças causadas por aqueles. Era necessário afastar os mortos do convívio com os vivos.

“Essas discussões ganharam maior espaço no cenário político na medida em que médicos higienista, começaram, pouco a pouco, a fazer parte do poder público e a propor posturas municipais e leis provinciais que diziam respeito às normas sanitárias. Isto porque houve uma luta para levar o país à “modernidade” e ao “progresso”, por parte desse setor que acreditava que só a “higiene” seria capaz de livrar a nação das doenças e do “atraso colonial”. Pernambuco, assim como outras cidades brasileiras, foi palco de discussões para a implementação de diversas reformas urbanas, a fim de que pudessem fazer “boas vistas” às cidades européias”. Certamente o Dr. Pedro Théberge, foi um desses sanitaristas, pernambucano que era.

Mudar o lugar de enterrar os mortos, do interior das igrejas, espaço fechado e perto do sagrado, onde os ofícios religiosos realizavam-se sobre os jazigos, para um terreno ermo, a céu aberto não deve ter sido fácil para uma sociedade conservadora e tradicional como o era a do Icó. Era necessário transformar e identificar o local cemiteral como lugar sagrado, dignificá-lo, isso minimizaria os óbices religiosos. Coube à Igreja Católica essa tarefa, razão pela qual a morte e o enterro ainda hoje está cercado de signos católicos na cultura icoense e pelos resto do Brasil, embora o morrer já estaja se transformando num "ato civil" e enterrar-se num "descarte" necessário...

Problema gravíssimo na sociedade icoense era de como sepultar em um mesmo espaço os senhores e os escravos. Como igualar as pessoas nesse momento último, quando passaram a vida inteira separados? A saída foi lotear o cemitério providenciando com que da mesma forma que a cidade dos vivos estava constituída, a cidade dos mortos passaria a ser. Assim os ricos mantiveram os seus espaços nas principais vias, com acesso fácil, onde construiam seus túmulos e mausoléus ao passo que aos pobres era destinado as periferias e áreas de difícil acesso.

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