terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Mídia não cobra direitos humanos em Guantánamo nem que EUA devolvam a área a Cuba

Publicado em 30-Jan-2012
A presidenta Dilma Rousseff inicia hoje visita a Cuba e a agenda de nossa mídia é a de sempre: cobrar da presidenta que faça manifestações públicas em defesa dos direitos humanos na Ilha e que até receba ou se encontre com dissidentes.

Destaca a questão dos direitos humanos, fazendo de conta que não existe um bloqueio econômico a Cuba que se constitui em uma violação diária das leis internacionais já que condenado por todos os países (exceção de Israel, Estados Unidos e mais dois países-nações) em todas as assembleias-gerais anuais das Nações Unidas.

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Base de Guantánamo
Nossa imprensa faz questão de esquecer Guantánamo (enclave norte-americano na Ilha), símbolo maior da violação dos direitos humanos, da legalização da tortura, da prisão sem julgamento, do isolamento total dos presos e da negação de todos os seus direitos constitucionais. Fora as mudanças na legislação norte-americana, cada vez mais restritiva dos direitos individuais a pretexto de combater o terrorismo.

Omitem o diálogo do governo cubano com a Igreja

Não se fala sobre o diálogo em desenvolvimento com a Igreja cubana, sobre a libertação dos presos políticos e das mudanças que não são poucas e nem superficiais na economia e na sociedade cubanas. A verdade é que até hoje a dissidência, ou a oposição cubana, está marcada pela dependência política e financeira à embaixada norte-americana.

O que não significa que não exista oposição em Cuba e um sentimento de insatisfação pró-mudanças, o que o próprio governo reconhece. A grande questão é como se expressará esta oposição e que canais serão criados no país para seu pleno exercício. Esta oposição hoje não tem um projeto de poder e nem de país.

Não tem sequer apoio na maioria do povo cubano, o que não tira o seu legítimo direito de se expressar. Mas esta informação - não têm projeto nem apoio -  não pode, não deveria ser omitiada por nossa mídia das informações sobre o país. O que fica claro é que a maioria dos cubanos apóia o governo e as mudanças comandadas pelo primeiro-ministro Raul Castro, quer o fim do bloqueio econômico e o reatamento com os EUA.

Reformas cubanas merecem todo apoio


Quem não quer são as sucessivas administrações democratas e republicanas norte-americanas, prisioneiras do peso eleitoral da imigração cubana na Flórida e do uso político-eleitoral do tema cubano. O que o povo cubano não quer e não apóia é nenhuma volta ao passado. Muito menos aos modelos de transição dos países da Europa Oriental ou da ex-URSS.

O povo cubano quer preservar suas conquistas na Saúde, Educação, Previdência, Segurança Pública. E principalmente suas independência política e soberania como Nação, frente ao Império.

Devemos apoiar e não nos opor às mudanças realizadas em Cuba. Continuar a defender o fim do bloqueio e o fechamento da base de Guantánamo, prometido pelo presidente Barak Obama em sua campanha eleitoral de 2008; sua devolução a Cuba; e o restabelecimento das relações diplomáticas, comerciais e políticas entre Cuba e os EUA dando, assim, o direito ao povo cubano de definir seu destino e futuro, sem interferências externas e imposições imperiais.
Foto Wikipedia

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