quinta-feira, 3 de novembro de 2011

ÉTICA NAS RELAÇÕES HUMANAS
MARINA S. RODRIGUES ALMEIDA

Psicóloga, Psicopedagoga, Pedagoga
Consultora em Educação Inclusiva
Instituto Inclusão Brasil
CRP 06- 41029/6
marina@iron.com.br
Lançando um olhar sobre as crises profundas que desestruturam a
sociedade, constata-se que a violência tanto física como moral, gerada pela
desvalorização à vida, é presença marcante no mundo atual.
O desrespeito aos princípios éticos que guiam e orientam as relações
humanas torna inviável a convivência harmoniosa entre as pessoas.
Consideramos o fato de sermos uma sociedade globalizada, informatizada
e contemporânea, que se apresenta pautada na velocidade, satisfação imediata,
rapidez, agilidade, novidades científicas e tecnológicas a todo vapor, nos
deparamos por outro lado com uma incapacidade humana de gerenciar , pensar e
estabelecer diretrizes para proteção e respeito da própria raça. Característica esta
natural do ser humano, pensante, afetivo e emocional que precisa de tempo para
processar informações, novidades e se adaptar.
O substantivo feminino ética, do latim ethos (= minha morada). Designa a
reflexão filosófica sobre a moralidade, sobre as regras e códigos morais que
orientam a conduta humana. Na Filosofia, a ética é conceituada pela elaboração
de um sistema de valores e o estabelecimento dos princípios normativos da
conduta humana.
A universalidade, da ética abrange todos os campos da conduta humana ao
longo da história. Uma política que exclui as pessoas, não promove oportunidades
de emprego, de escola, de saúde, de distribuição de renda e da terra, a maior
parte da população não é ética.
Para tentarmos erradicar a miséria e sua conseqüência mais perversa a
violência , a via é dar condições dignas para um ser humano crescer, desenvolver
e ser tratado como gente da raça humana.! Portanto precisa de pais cuidadores
humanos como modelo, de educação, de saúde, de trabalho uma organização
social que permita a cada pessoa viver com dignidade e exercer conscientemente
a cidadania.
As pessoas necessitam ter acesso as informações dos seus direitos e
deveres, informações estas que precisam ser socializadas, pois por enquanto
pertencerem a uma minoria .
Sabemos hoje, que o poder está nas mãos de quem tem a informação mais
atual, podendo assim manipular, persuadir, influenciar, mandar, decidir, dividir, ou
exercer seus direitos e deveres, promover mudanças de forma conjunta e
democrática.
As reformas estruturais necessárias para mudar o rumo do Brasil devem vir
não só de cima, dos governos, das instituições, mas muito da organização e
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pressão da sociedade, no sentido de repensar toda a política vigente, que divide e
exclui, ao invés de somar e integrar. Está em nossas mãos!
Neste ano eleitoral, principalmente, cabe uma reflexão sobre ética e política
no conceito amplo, ligado intimamente à cidadania. Porém precisamos nos
mobilizar não só por esta causa, precisamos mantê-la viva, ter espírito de
mudança.
Exercer a democracia não se restringe a votar de quatro em quatro anos,
implica participar ativamente de todas as questões da sociedade, propondo,
cobrando, pressionando, pois elas interferem diretamente na vida de cada um.
Uma sociedade participativa é ser organizada, é ter poder de voz e voto,
somos um país jovem, e precisamos caminhar para a maturidade, permitir
horizontes melhores para nossos filhos, netos, bisnetos.
Um aprendizado e um exercício de cidadania é freqüentar os Conselhos de
Direitos, os Conselhos Municipais de nossa cidade, chamados de órgãos de
controle social, entendido como controle sobre as ações do Estado pelo conjunto
da sociedade organizada em todos os segmentos sociais, visando o benefício do
conjunto da sociedade.
Nestes locais estão sendo discutidos e decididos questões importantes para
as mudanças sociais, infelizmente ainda pouco freqüentado e representado por
pessoas cidadãs interessadas no bem comum.
Se não aprendermos o que são Direitos Humanos e cidadania, ficará cada
vez mais difícil transformar a revolta, a violência, a crise em uma atitude de
crescimento e mudança pacífica.
Todos nós somos seres políticos e precisamos da ética para promover o
bem comum; ser cidadão com sentimento ético é ter consciência de seus direitos
e deveres.
Dessa interação, instaura-se uma sociedade democrática humanizada,
norteada pelos valores de justiça e solidariedade.

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