sábado, 28 de abril de 2012

Efeito El Niño

Zebiak e Mark Cane, cientistas e pesquisadores do Lamont-Doherty Earth Observatory da Universidade de Colúmbia, haviam criado modelo computadorizado de previsão de tempo que indicou corretamente as ocorrências do El Niño em 1982, 1986 e 1991, e havia previsto reaparecimento em 1998. Mas os dados na tela de Zebiak enviados por monitores de satélite e de superfície marinha espalhados pelo Pacífico eram inequívocos: o El Niño já se iniciava. Imensa lagoa de água morna - maior do que os Estados Unidos, com profundidade de cerca de 180 metros - arrastava-se para o leste, em direção à América do Sul.
Em junho, a direção dos ventos alísios equatorias inverteu-se de oeste para leste. Segundo os Centros Nacionais de Prognósticos para o Meio Ambiente, a última vez ocorreu no inverno de 1982-1983. Foi o El Niño mais devastador dos últimos tempos.
Em setembro de 1996, as águas ao largo da costa da região norte da Califórnia estavam oito graus mais quentes, e ao largo da costa de Washington pescadores atônitos capturavam um marlim, alvo de pesca esportiva que raramente se desvia tanto para o norte. Tempestades inundavam a região do Chile, e nevascas de força incomum nos Andes isolaram centenas de pessoas em meio ao frio cortante.
Zebiak e Cane acompanharam a evolução dos acontecimentos. Se o El Niño deste ano continuar a crescer, poderá ser o mais forte dos últimos 150 anos.

O que é o El Niño????

O fenômeno El Niño é uma mudança no sistema oceano-atemosfera do Pacífico-Leste provocada pelo aumento anormal da temperatura da superfície da água do mar nessa região, seguindo mais ou menos a linha do Equador(área central do oceano Pacífico).
O nome El Niño (significa "menino" em espanhol) foi dado séculos atrás por pescadores peruanos que observavam, em alguns anos, considerável diminuição da quantidade de peixes na costa peruana e morte de pássaros que se alimentavam dos mesmos. A diminuição da quantidade de peixes é devida ao aumento da temperatura da água, dificultando sua sobrevivência. Como tal fato sempre ocorria próximo ao Natal foi denominada "El Niño" em homenagem ao nascimento do menino Jesus.
O que ocorre normalmente sobre as águas da faixa tropical do Pacífico é o vento soprando de leste para oeste(em direção à Ásia) acumulando a água mais quentes(água de toda a superfíce da faixa tropical que foi aquecidas pelo Sol) no setor oeste do mesmo, deixando o nível do oceano na Indonésia meio metro acima do nível da costa oeste da América do Sul. Assim, na costa sul-americana a temperatura da água é cerca de 8°C mais fria e rica em nutrientes para o ecossistema marinho.
Efeito El Niño
Condições normais
Em anos de El Niño, os ventos leste-oeste enfraquecem chegando, em algumas áreas na faixa tropical, a inverterem o sentido soprando de oeste para leste. Logo, a água mais quente do oeste é "empurrada" para o leste, deixando a água da costa oeste da América do Sul com temperaturas acima da média, e abaixo da média a água da região da Indonésia e norte/nordeste da Austrália.
Efeito El Niño
Condições de El Niño
A anomalia da temperatura dessa parte do oceano provoca mudanças climáticas regionais e globais. Na própria faixa tropical há um deslocamento do ar deixando as áreas menos chuvosas com índices de chuva mais elevado(Indonésia e Austrália) e as áreas mais chuvosas com índices de chuva menos elevados(oeste da América do Sul). Como na atmosfera não há barreiras, tais mudanças na faixa tropical passam a afetar todo o globo terrestre. A figura abaixo mostra os efeitos do El Niño para diversas partes do globo no período de dezembro/97 e fevereiro/98.
Efeito El Niño
Efeito El Niño

O que ele provoca??? (Impactos)

Os Impactos globais provocados pelo El Niño foram ilustrados na Figura 1(tópico: "O que é o El Niño) de maneira geral. Como podemos perceber nos últimos dias, o verão do Hemisfério Sul está c/ índices de chuva acima da média no nordeste africano, sudeste americano e região costeira do Peru, e abaixo no sudeste africano, norte da Austrália, Filipinas e Indonésia. Já o inverno do Hemisfério Norte está com o clima mais seco no Paquistão e nordeste da Índia(as monções tem sido iregulares em partes do território indiano), mais frio e úmido no sudeste dos Estados Unidos e mais quente no nordeste.

No Brasil, o El Niño está provocando:

Região Norte: diminução das chuvas no nordeste e leste da Amazônia.
Região Nordeste: itensificação na seca nordestina que irá agravar-se no período de fevereiro/98 a junho/98(período no qual seria a estação chuvosa do semi-árido nordestino).
Região Cento-Oeste: temperaturas mais altas e menos chuvas.
Região Sudeste: na maior parte da região há elevação da temperatura e secura do ar, e em algumas área aumento de chuvas.
Região Sul: aumento de chuvas principalmente na faixa do Rio Grande do Sul ao Paraná.
Algumas previsões dizem que os impactos do El Niño no Brasil serão consideráveis neste verão, ainda piores do que os registrados em 1982 e 1983.
É muito provável que no sul do país haja inundações, e no nordeste, seca. O El Niño deverá formar um bloqueio das frentes frias vindas do sul, na altura de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul. Com isso, a formação de nuvens sobre o Estado do Rio de Janeiro será prejudicada, resultando na inibição das chuvas típicas das tardes de verão. O fenômeno atinge proporções gigantescas que poderá até causar uma temperatura de 42ºC no Rio de Janeiro em pleno inverno.
As chuvas de monção asiáticas talves falhem, resultando em escassez de alimentos no subcontinente indiano. Na Austrália, onde o El Niño tipicamente significa seca, já está em andamento um programa rigoroso de conservação de água.
Tudo isso, é claro, poderia afetar a economia global. Secas no Brasil e inundações na Colômbia podem resultar em alta nos preços do café e de outros produtos agrícolas. E a pesca comercial, desde o Equador até a Califórnia, já está sofrendo prejuízos.
Efeito El Niño

El Niños Passados

A maioria ds pessoas pensam que o El Niño é um fenômeno recente devido à sua divulgação maciça pela mídia que está acontecendo no momento. Mas o que poucos sabem é que o El Niño é um fenômeno que persiste há milhares de anos e só agora os cientistas estão conseguindo montar esse grande quebra-cabeça.
Nós só podemos imaginar o que as civilizações anteriores pensavam sobre essas mudanças do clima em alguns anos e quais deuses culpavam pelas secas, falta de peixes, muita chuva.
Na figura abaixo, está ilustrado os anos de El Niño que tivemos do ano de 1550 ao ano de 1995.
Efeito El Niño
Efeito El Niño

La Niña

Quando há anos de El Niño, quase sempre há logo após anos de La Niña(significa "menina" em espanhol). O fenômeno La Niña caracteriza-se por um resfriamento da água na faixa equatorial do Oceano Pacífico, em particular no centro-oeste da bacia. Mas a magnitude de tal resfriamento é bem menor que a magnitude do aquecimento da água no El Niño, não afetando tanto no clima global.
Sabemos que, normalmente, a água do Oceano Pacífico é mais aquecida na região da Indonésia e setores norte/nordeste da Austrália(centro-oeste da bacia) e mais fria na região da América do Sul(centro-leste da bacia). Isso caracteriza o vento da região equatorial do Pacífico soprando de leste para oeste, "empilhando" a água mais aquecida no setor oeste.
Quando ocorre o fenômeno La Niña, as temperaturas do oceano ficam acima da média no setor centro oeste da bacia e abaixo no setor centro-leste, fazendo com que os ventos que sopram de leste para oeste intensifiquem-se ou mantem-se na média. Assim, fortalece-se a formação de nuvens e consequente chuvas no setor centro oeste, principalmente na região da Indonésia e setores norte/nordeste da Austrália, provocando um ar seco e frio na parte centro leste da bacia principalmente na costa oeste da América do Sul.
Não existem, cientificamente, resultados de estudo sobre a influência do fenômeno La Niña com anomalias climáticas sobre o Brasil. Mas o que se tem observado é que em anos de La Niña as chuvas tendem a ser menos abundantes no Sul e, em geral, mais abundantes no Nordeste(vale comentar que nem sempre em anos de La Niña as chuvas foram acima da média, principalmente no setor norte do Nordeste, que tem seu período chuvoso de fevereiro a maio).
Efeito El Niño

Sensacionalismo...

O El Niño é um fenômeno de estudo recente por cientistas, não podendo, assim, ser afirmado que todas as mudanças climáticas são provocadas por ele.
Mas, a mídia muitas vezes taxa o El Niño como um vilão e até mesmo um demônio. Por exemplo:
Na Indonésia, houve incêndios florestais fora de controle nos meses de setembro e outubro de 97 que encobriu de fumaça parte do sudeste asiático. Quem colocou fogo nas florestas foram fazendeiros, que para preparar o solo para o plantio iniciaram queimadas, mas culparam o El Niño. O El Niño apenas agravou a situação por deixar a região mais seca do que o normal, mas não colocou fogo nas florestas!!!!
Você se lembra da queda de um avião Airbus A300-B4 que matou 234 pessoas na própria Indonésia??? A culpa foi do El Niño segundo a mídia. Há rumores de que a queda tenha sido causada pela fumaça dos mesmos incêndios "que o El Niño provocou".
O El Niño também trouxe impactos positivos para o planeta. Há estudos que constataram que de forma indireta sempre que há um aquecimento no clima do planeta inicialmente há um aumento na quantidade de dióxido de carbono, mas nos dois anos que se seguem ocorre um processo de redução de dióxido de carbono na atmosfera, atenuando o Efeito Estufa.
Além disso observou-se que durante o El Niño o número de furacões tropicais no Atlântico se reduz durante o ano, isto acontece pois os ventos de altitudes elevadas criados pelo fenômeno cortam os cimos dos furacões no Atlântico, abortando-os antes que alcancem força total.
No Instituto Weizmann de Israel, a equipe de cientistas que estudou fotos das nuvens por satélite concluiu que o El Niño pode trazer preciosa umidade para o seco Oriente Médio.
Não devemos esquecer que o fenômeno El Niño é de recente estudo e não de recente acontecimento. Há dados de anos de El Niño ocorridos por volta de 1500!!!
Fonte: www.geocities.com

Efeito El Niño

El Niño é o nome dado a um fenômeno que ocorre nas águas do pacífico e que altera as condições climáticas em diversas partes do mundo. Este nome foi dado por pescadores do Peru em razão de a costa do país ser muito atingida pelo fenômeno e causar graves danos aos pescadores, principalmente.
O El Niño dura de 12 a 18 meses em média em intervalos de 2 a 7 anos com diferentes intensidades. Quando ocorre o fenômeno as mudanças do clima são diferentes em cada parte afetada do mundo como por exemplo secas no sudeste asiático, invernos mais quentes na América do norte e temperaturas elevadas na costa oeste da América do sul, que faz com que os pescadores do Peru sejam prejudicados.
Todas estas mudanças ocorrem devido ao aumento da temperatura na superfície do mar nas águas do pacífico equatorial, principalmente na região oriental. Isto faz com que a pressão na região diminua, a temperatura do ar aumente e fique mais úmido, no pacifico oriental. Esta mudança nesta parte do mundo causa uma mudança drástica de direção e velocidade dos ventos a nível global fazendo com que as massas de ar mudem de comportamento em varias regiões do planeta.

Efeitos do El Niño no Brasil

Os efeitos do El Niño no Brasil causam prejuízos e benefícios.
Mas os danos causados são muito maiores que os benefícios, então para o Brasil o fenômeno é muito temido, principalmente por agricultores. A região sul é, talvez, a mais afetada. Em cada episódio do El Niño é observado na região sul um grande aumento de chuvas e o índice pluviométrico, principalmente nos meses de primavera, fim do outono e começo de inverno, pode sofrer um acréscimo de até 150% de precipitação em relação ao seu índice normal. Isto faz com que nos meses da safra a chuva atrapalhe a colheita e haja graves prejuízos aos agricultores, principalmente de grãos.
Estas chuvas também podem atingir o estado de São Paulo.
As temperaturas também mudam na região sul e sudeste e é observado invernos mais amenos na região sul e no sudeste as temperaturas ficam ainda mais altas em relação ao seu valor normal.
Este aumento de temperatura no inverno trás benefícios para os agricultores da região sul e do estado de São Paulo por não sofrerem os prejuízos da geada.
No estado de São Paulo na maioria dos episódios não é registrada geadas com intensidade o suficiente para matar as plantações. No leste da Amazônia e no nordeste ocorre uma diminuição no índice de chuvas.
Algumas áreas do sertão nordestino podem ficar sem registrar nenhum índice de chuva nos meses de seca e nos meses em que pode chover não chove, sendo assim as secas duram até 2 anos em períodos de El Niño. Mas os períodos de seca não se limitam apenas ao sertão e até mesmo no litoral há um grande déficit de chuva.
Os agricultores do nordeste também são prejudicados pela falta de chuva e sofrem graves perdas para a agricultura.

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